
domingo, maio 02, 2010
CENTRO DE ESTUDOS RIOMAIORENSES ORGANIZA JORNADA NO ÂMBITO DO ANO INTERNACIONAL DA BIODIVERSIDADE

sexta-feira, abril 09, 2010
Por terem utilizado a Mina do Espadanal como lixeira, CENTRO DE ESTUDOS RIOMAIORENSES INTERPELA CÂMARA MUNICIPAL


terça-feira, dezembro 08, 2009
MINAS DO ESPADANAL APRESENTADAS NO XXIX ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE HISTÓRIA ECONÓMICA E SOCIAL.

domingo, julho 19, 2009
MEMÓRIAS DA COMUNIDADE MINEIRA RIOMAIORENSE. Nos 40 anos do encerramento da Mina do Espadanal.
.jpg)
Jornada comemorativa dos 40 anos do encerramento das Minas do Espadanal.
Entretanto, tivemos ocasião de conversar com alguns antigos mineiros que nos manifestaram a sua comovida satisfação por verem as memórias da mina serem avivadas, para que toda a comunidade as interiorize como parte integrante da sua história: "É um dia inesquecível! A mina foi uma grande obra que se fundou em Rio Maior, trabalhei lá vários anos e tenho saudades desse tempo que acabou, por isso estou deveras emocionado", disse-nos Albino Aguiar.
João Severino Inácio, mineiro logo aos 13 anos de idade, em 1946, também se declarou muito satisfeito "porque isto faz parte da história de Rio Maior e não há dúvida nenhuma que é muito interessante a iniciativa que estes senhores tiveram".
Júlio Martins Filipe foi outro dos antigos mineiros presentes. Começou a trabalhar a 3 de Junho de 1957, aos 18 anos: "Umas vezes andava cá fora, outra ía lá para baixo, conforme onde o trabalho apertasse mais", conta. "Aquilo eram trabalhos duros, tanto cá fora como lá dentro: empurrar as vagonetas, carregar o comboio, carregar aquele pó à pá... andávamos ali metidos numa nuvem!". Quanto à intocabilidade do património mineiro, embargou-se a voz ao Sr. Júlio e já não conseguiu dizer mais nada.
domingo, julho 05, 2009
MEMÓRIAS DA COMUNIDADE MINEIRA RIOMAIORENSE. JORNADA COMEMORATIVA DOS 40 ANOS DO ENCERRAMENTO DAS MINAS DO ESPADANAL.

A exploração das lignites no sítio do Espadanal registada em 1916 e concessionada à Empresa Industrial Carbonífera e Electrotécnica, Limitada (EICEL), desde 1920, constituiu a maior organização social do nosso concelho após o seu reconhecimento pelo Estado Novo como reserva energética nacional durante a Segunda Grande Guerra.
Passados 40 anos sobre a suspensão deste esforço industrial de gerações, entendeu o CER homenagear os antigos funcionários da EICEL reunindo-os numa Comissão, constituída no âmbito associativo, com o objectivo de fixar as suas memórias e promover o estudo e divulgação de um período decisivo da história de Rio Maior.
Contribuindo para a criação de um futuro núcleo museológico dedicado ao património mineiro local, inaugurar-se-á no âmbito do programa da jornada de 11 de Julho, uma exposição permanente de fotografias históricas de grande formato, com alguns exemplares inéditos, bem como de artefactos da actividade mineira, na sede do Centro de Estudos, sita na Rua D. Afonso Henriques, nº21, com abertura prevista para as 11h.
O CER convida a população de Rio Maior a estar presente nesta justa homenagem a uma comunidade que, com o seu trabalho, contribuiu decisivamente para o desenvolvimento económico, social e cultural do nosso concelho.
sábado, junho 06, 2009
C.E.R. APRESENTOU-SE.
quarta-feira, maio 27, 2009
sábado, maio 23, 2009
RIO MAIOR NA HISTÓRIA DE PORTUGAL.

O Centro de Estudos Riomaiorenses, associação para a Defesa do Património do Concelho de Rio Maior, prosseguindo os seus objectivos estatutários em cooperação com os organismos autárquicos locais, promoverá no próximo dia 30 de Maio, pelas 15h30, no auditório dos Paços do Concelho, a sua apresentação pública. Nesta sessão será orador convidado o Professor Doutor Joaquim Veríssimo Serrão que proferirá uma conferência subordinada ao tema: “Rio Maior na História de Portugal”.
Nascido em Santarém, o emérito académico, doutorado pelas Universidades de Toulouse, Coimbra e Lisboa, doutor honoris causa pelas Universidades de Montpellier e Madrid, exerceu as funções de reitor na Universidade de Lisboa e presidiu à Academia Portuguesa de História. Neste órgão cimeiro da cultura portuguesa, favoreceu com a sua acção o intercâmbio com numerosos países a nível mundial, tendo o seu prestígio contribuído para a dignificação nacional.
O distinto Professor, agraciado com várias condecorações nacionais e estrangeiras, sócio efectivo da Academia das Ciências de Lisboa, da Academia da Marinha e das Academias Nacionais da Venezuela, Argentina, Uruguai, Bolívia, Colômbia, Chile, Porto Rico e República Dominicana, bem como de outras instituições científicas nacionais e estrangeiras, possui uma obra escrita que ultrapassa já mais de 400 títulos.
A presença na cidade de Rio Maior de tão ilustre académico é extremamente honrosa para todos os riomaiorenses e amigos do nosso concelho e distingue a importância do tema da conferência a proferir com o inquestionável mérito científico do orador.
Integrada no programa da apresentação pública do Centro de Estudos Riomaiorenses terá lugar uma homenagem ao insigne convidado, que tanto tem prestigiado a Cultura Portuguesa.
sábado, abril 04, 2009
CENTRO DE ESTUDOS RIOMAIORENSES APRESENTA INICIATIVAS À CÂMARA MUNICIPAL
Sessão de Apresentação Pública do CER agendada para o dia 30 de Maio no auditório da Assembleia Municipal.
A primeira iniciativa pública do CER pretende constituir-se enquanto acto inaugural de um processo de aproximação dos riomaiorenses aos temas da identidade local e simultaneamente acto de homenagem a um dos mais importantes contributos para o conhecimento da história e do património da região na qual se insere o concelho de Rio Maior – a obra do Professor Doutor Joaquim Veríssimo Serrão.
Na sequência do imediato acolhimento da iniciativa pela autarquia, os trabalhos da Sessão de Apresentação Pública do CER, agendada para o dia 30 de Maio (sábado) pelas 15h30, terão lugar no auditório dos Paços do Concelho. O programa, ainda em preparação, será oportunamente divulgado, prevendo-se a apresentação de palestra pelo Prof. Dr. Veríssimo Serrão, subordinada ao tema “Rio Maior na História de Portugal”.
CER apresenta à Câmara Municipal projecto para Restauro de Fontanário localizado no Centro Histórico de Rio Maior.
Na sequência da realização de estudo técnico para o restauro do fontanário localizado na confluência das ruas João de Deus e David Manuel da Fonseca, no Centro Histórico de Rio Maior, pelo vice-presidente do CER, arquitecto Nuno Alexandre Rocha, foi apresentada à autarquia a disponibilidade da associação para promover os trabalhos de recuperação desta obra que se afirma entre as de maior valor artístico na cidade de Rio Maior.
Verificada a confluência de objectivos da proposta apresentada com o Plano de Reabilitação Urbana da zona antiga da cidade, em desenvolvimento, será o referido estudo integrado no processo em análise pela empresa Augusto Mateus & Associados para futura candidatura a financiamento.
sábado, fevereiro 21, 2009
C.E.R. VAI CRIAR UMA BIBLIOTECA E CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO ABERTO À COMUNIDADE

Fotografia: A Mesa da Assembleia-Geral do CER, no momento da leitura da Acta da Reunião de 10 de Janeiro pela Drª Isaura Morais.
O documento apresentado prevê, entre outras actividades, a criação de uma Biblioteca e Centro de Documentação aberto à comunidade e o lançamento de Inventário global do Património Histórico e Cultural do Concelho de Rio Maior, assente em grupos de trabalho formados no âmbito de núcleos temáticos e de freguesia.
Propõe-se a organização dos núcleos temáticos em quatro grandes áreas de estudo cuja dinamização dependerá da disponibilidade dos associados, a saber:
1. Património Cultural;
2. História e Cultura Regional;
3. Estudos Geográficos e Ordenamento do Território;
4. Ciências da Terra e Desenvolvimento Sustentável.
Também está prevista a criação a curto prazo de Grupo de Trabalho para o Estudo e Valorização do Património Mineiro Riomaiorense no âmbito do qual será dinamizada uma Comissão de antigos funcionários das Minas do Espadanal e respectivos familiares.
O CER dará início ainda em Fevereiro aos trabalhos de criação de núcleos representativos das Freguesias do Concelho.
O Plano de Actividades apresentado à discussão agenda para o primeiro semestre de 2009 a apresentação pública do Centro de Estudos Riomaiorenses em grande conferência proferida por figura de relevo no panorama da cultura portuguesa. Prosseguindo a colaboração estabelecida em 2008 com a secção de Minas da Associação Portuguesa de Património Industrial (APPI), realizar-se-á a II Jornada do Património Mineiro do Concelho de Rio Maior, com início no fim-de-semana de 4 e 5 de Julho, data em que se completam 40 anos desde o encerramento das Minas do Espadanal.
O Plano de actividades submetido a votação mereceu a aprovação por unanimidade e aclamação dos membros presentes em Assembleia-Geral.
Durante a tarde realizou-se a visita pelos associados às instalações da futura sede do CER localizadas na Rua D. Afonso Henriques, no Centro Histórico da cidade de Rio Maior.
No curto período de existência da estrutura associativa tem-se verificado uma assinalável adesão da comunidade riomaiorense ao projecto do CER, com a inscrição de várias dezenas de novos associados, abrindo-se assim amplas perspectivas de realização de um importante trabalho de recuperação da Memória Colectiva local.
in Região de Rio Maior nº1063, de 20 de Fevereiro de 2009
sexta-feira, janeiro 23, 2009
I ASSEMBLEIA-GERAL DO CENTRO DE ESTUDOS RIOMAIORENSES

Reconhecida a necessidade de promoção de um projecto mobilizador de recuperação da Memória Colectiva, assegurando a transmissão ao futuro de um vasto legado que, na sua quase totalidade, permanece esquecido e em risco de descaracterização, mereceu análise a criação de núcleos de estudo temáticos e representativos de todas as freguesias do concelho de Rio Maior.
Os órgãos eleitos, na prossecução dos objectivos estatutários, deliberaram apresentar às entidades e colectividades concelhias o empenho no estabelecimento de estreita cooperação cívica tendo em vista o estudo e a valorização do Património Histórico e Cultural Riomaiorense.
Os corpos sociais do CER agora eleitos para o quadriénio 2009/2013, traduzindo as alterações aos órgãos nomeados no acto de constituição em Outubro de 2008, ficaram assim constituídos:
Direcção
Presidente:
Vice-Presidente:
Secretário:
Tesoureiro:
Vogais:
Sr. José da Silva Pulquério. Presidente da Câmara Municipal de Rio Maior de 1977 a 1980. Presidente da Assembleia Municipal de Rio Maior de 1980 a 1983.
Sr. Manuel Sequeira Nobre. Empresário. Presidente da Câmara Municipal de Rio Maior de 1980 a 1983.
Dr.ª Maria da Ascenção Adrião Duarte. Assessora para os Assuntos Europeus do Grupo Parlamentar do Partido Socialista à Assembleia da República. Membro da Assembleia Municipal de Rio Maior.
Dr. Miguel Félix Paulo. Licenciado em Direito. Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Rio Maior no mandato de 1997 a 2001.
Mesa da Assembleia-Geral
Conselho Fiscal
Secretário:
Relator:
sexta-feira, novembro 07, 2008
Constituição do Centro de Estudos Riomaiorenses - Associação para a Defesa do Património.
1 – A promoção de um compromisso geracional para a legação ao futuro das evidências materiais de uma secular evolução histórica da comunidade riomaiorense.
Constituição dos corpos sociais do CER:
Direcção
Presidente:
Dr. João Afonso Calado da Maia. Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Rio Maior. Presidente da Câmara Municipal de Rio Maior de 1953 a 1963.
Vice-Presidente:
Arq. Nuno Alexandre Dias Rocha. Arquitecto. Mestrando em Arte, Património e Teoria do Restauro.
Secretário:
Dr. João Pulquério Antunes de Castro. Funcionário Superior do Ministério da Justiça, Aposentado. Vice-Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Rio Maior.
Vogais:
Prof. António Machado Feliciano Jr. Professor do Ensino Secundário Aposentado. Director do Jornal Região de Rio Maior.
Sr. José da Silva Pulquério. Presidente da Câmara Municipal de Rio Maior de 1977 a 1980. Presidente da Assembleia Municipal de Rio Maior de 1980 a 1983.
Sr. Manuel Sequeira Nobre. Empresário. Presidente da Câmara Municipal de Rio Maior de 1980 a 1983.
Dr. Rui Manuel Fernandes de Andrade. Estagiário de Advocacia. Membro dos Corpos Sociais da Santa Casa da Misericórdia de Rio Maior.
Dr.ª Maria da Ascenção Adrião Duarte. Assessora para os Assuntos Europeus do Grupo Parlamentar do Partido Socialista à Assembleia da República. Membro da Assembleia Municipal de Rio Maior.
Dr. Miguel Félix Paulo. Licenciado em Direito. Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Rio Maior no mandato de 1997 a 2001.
Mesa da Assembleia-Geral .
Presidente:
Prof. Doutor Alexandre José Calisto Laureano Santos. Doutorado em Medicina. Ex-Director do Serviço de Cardiologia do Hospital de Santa Maria.
Secretários:
Dr.ª Maria Júlia Faria e Silva Antunes Figueiredo. Licenciada em Literatura e Línguas Estrangeiras. Membro da Assembleia Municipal de Rio Maior.
Dr.ª Isaura Maria Elias Crisóstomo Bernardino Morais. Licenciada em Gestão de Recursos Humanos. Presidente da Junta de Freguesia de Rio Maior.
Conselho Fiscal .
Presidente:
Cor. Luís Severino Lage Faria Ribeiro. Coronel do Exército Português, especializado em Administração Militar, Reformado.
Vogais:
Sr. João Narciso Verde da Costa. Funcionário do antigo Instituto Geológico e Mineiro, Aposentado. Membro da Assembleia de Freguesia de Rio Maior.
Dr. Nuno Leal Santos da Veiga Malta. Advogado. Secretário da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco de Rio Maior.
sexta-feira, outubro 17, 2008
Petição pela Classificação do Património Mineiro Riomaiorense apresentada à Câmara Municipal

Encontrando no executivo presidido pelo Dr. Silvino Sequeira uma forte determinação na venda de terrenos e demolição da Fábrica de Briquetes da Mina do Espadanal, esta associação cívica, entre diversas iniciativas de sensibilização da comunidade, lançou publicamente uma petição pela classificação do património mineiro de acordo com os pareceres emitidos pelas entidades competentes no âmbito de processo de estudo em curso. Obtidas cerca de um milhar de assinaturas, e verificado o cancelamento de negócio de venda e demolição, entendeu a Comissão aguardar uma reapreciação do valor do Património Mineiro pela autarquia, facto que veio a verificar-se em Abril de 2008, mediante reconhecimento público pelo Dr. Carlos Nazaré Almeida, no âmbito da I Jornada do Património Mineiro, da necessidade de promoção de medidas tendentes à recuperação da Fábrica de Briquetes, assumindo um compromisso de candidatura daquele antigo complexo industrial para a instalação do futuro Arquivo Municipal.
No entanto, após regresso do exercício de cargo de gestor do Programa Operacional Regional do Alentejo, o Presidente Dr. Silvino Sequeira reafirma, na reunião ordinária da Câmara Municipal de 9 de Julho, a indisponibilidade para a recuperação e manutenção da integridade arquitectónica da Fábrica de Briquetes, entendendo que o custo da intervenção não é justificado pelo valor do património existente e, ignorando os compromissos assumidos pelo seu vice-presidente, candidata os terrenos da Mina do Espadanal para a edificação de Centro Escolar.
Interrogado em ofício datado de 20 de Agosto, sobre os termos de referência para uma desejável e potencialmente interessante articulação a desenvolver entre o novo equipamento e a preservação e valorização do complexo mineiro, refugiou-se o Sr. Presidente num reiterado silêncio e na declaração pública de uma política de facto consumado, avisando os munícipes através da imprensa local e regional da intenção de lançamento de concurso para execução da obra até ao final do mês de Outubro.
Neste contexto de insistente ausência de clarificação das intenções da autarquia, a Comissão para a Defesa do Património Cultural do Concelho de Rio Maior, no seio de inédito consenso na vida democrática concelhia, apresentou à Câmara Municipal na passada sexta-feira, dia 10 de Outubro, a Petição pela Classificação da Fábrica de Briquetes, Plano Inclinado de Acesso às Galerias e Receita Exterior da Mina do Espadanal enquanto Património de Interesse Municipal com o objectivo de salvaguardar em definitivo, pela via da criação de instrumentos legais, o mais significativo testemunho arquitectónico da história contemporânea regional.
segunda-feira, agosto 18, 2008
I Jornada do Património Mineiro. Comunicações. (parte 14)
O futuro da Fábrica de Briquetes da Mina do Espadanal.
Embora seja possível e desejável preservar e reutilizar a antiga Fábrica de Briquetes da Mina do Espadanal, há ainda vários obstáculos a ultrapassar, nomeadamente os de ordem financeira. Contudo, nada é impossível se existir vontade e imaginação para os ultrapassar.
A antiga Fábrica de Briquetes da Mina do Espadanal, uma vez recuperada, será um importante recurso para o concelho de Rio Maior. A vários níveis. A sua reutilização possibilitará, por exemplo, a instalação de equipamentos que o município ainda não dispõe, como é o caso do arquivo municipal. Ou, ainda, um museu sobre a história da mina e da fábrica, o que seria também uma excelente solução, tanto mais que não há, praticamente, museus mineiros em Portugal. Mas, para além destas e, eventualmente, de outras soluções que se possam encontrar para a futura fábrica reabilitada, o facto da mesma constituir um magnífico exemplo de arquitectura industrial modernista – a fábrica foi projectada em 1951 pelos engenheiros alemães Helmudth Kuhn e Lipe, tendo sido concluída em 1955 – poderá atrair visitantes ao concelho, desde que seja efectuada uma adequada divulgação.
Poderá parecer um tanto ou quanto insólito apontar a importância da sua promoção no âmbito do turismo. Na realidade, o turismo representa hoje em dia uma das mais importantes actividades económicas e, obviamente, todas as entidades do sector procuram captar para as suas regiões o maior número de turistas, e os operadores turísticos oferecem uma grande variedade de programas cada vez mais aliciantes. No entanto, o tipo de turismo que se pretende captar com base numa oferta de descoberta do património industrial não é fundamentalmente um turismo de massas, o qual, aliás tem vindo a ser abandonado por muitos responsáveis deste sector, mas sim um turismo cultural, captando um público com interesse em conhecer as realidades culturais das regiões que visita, com poder de compra, com interesse em permanecer pequenas temporadas para melhor explorar todas as vertentes da oferta, ou seja, capaz de fazer com que o retorno dessa actividade seja compensador para essas regiões. E o concelho de Rio Maior tem muito a oferecer neste âmbito.
Há, no entanto, algumas questões que necessitam de ser equacionadas. Em primeiro lugar é necessário apostar na criação de infra-estruturas, tais como alojamento, restauração, centros de acolhimento de visitantes – que podem ser os postos de turismo desde que possuam materiais de divulgação e os seus funcionários sejam alvo de uma formação mínima –, museus, sítios visitáveis, sinalética rodoviária, etc.
No que respeita aos museus – e baseando-nos nas experiências europeias – nas duas últimas décadas, novos
museus e projectos de museus industriais multiplicaram- se um pouco por toda a parte. Nalguns países, como a Grã-Bretanha, os museus industriais foram durante a década de 1980 o tipo de museus que mais cresceu quantitativamente, acompanhando o desenvolvimento e a consolidação da arqueologia industrial naquele país.
Mas não bastam os recursos, embora facilmente se reconheça a sua importância. É necessário, também, dispor de uma estratégia para a promoção do turismo industrial, e esta deverá ser assumida pelas entidades responsáveis pelo turismo.
Estamos convencidos que, actualmente, a antiga Fábrica de Briquetes da Mina do Espadanal já não é encarada com a insensibilidade que ainda há bem pouco tempo a rodeava. As potencialidades que encerra estão à vista de todos. E, tal como no passado, poderá ainda ter muito a dar para o desenvolvimento social, económico e cultural de Rio Maior.
AGRADECIMENTOS:
A Comissão para a Defesa do Património Cultural do Concelho de Rio Maior agradece a colaboração das entidades participantes e dos riomaiorenses na concretização da I Jornada do Património Mineiro.
À Associação Portuguesa de Património Industrial, em particular ao Dr. José Manuel Cordeiro e ao Prof. José Manuel Brandão, pelo insuperável apoio concedido ao processo de salvaguarda do património mineiro.
Ao arquitecto Jorge Mangorrinha pela relevante colaboração e apoio concedido.
Ao Município de Rio Maior, na pessoa do Sr. Presidente da Câmara Municipal, Dr. Carlos Nazaré, pela cedência da Biblioteca Municipal e pela disponibilidade para análise dos temas do património.
À Sr.ª directora da biblioteca municipal, Drª Paula Pinto, e a todos os funcionários pelo suporte técnico na realização do evento.
Ao arqueólogo Carlos Pereira (CMRM) pela cedência de elementos para exposição.
Aos Srs. José Luís Crisóstomo Ferreira e Vítor Crisóstomo Ferreira pela cedência de maquinaria original do complexo mineiro, para exposição.
Ao Sr. Joaquim da Costa Nazaré pela cedência de fotografias de época para exposição.
Ao Sr. António Severino Pereira (antigo mineiro), pela cedência de material iconográfico para a exposição.
À Sr.ª Dª. Maria Irene Vieira de Carvalho, pela incansável colaboração na recolha de elementos para exposição.
À Sr.ª Dª. Maria Augusta de Sousa, pela cedência de suportes expositivos.
À loja Electro 21, Electrodomésticos, pela cedência de meios audiovisuais para a exposição.
À empresa O Polícia, Materiais de Construção Lda., pelo transporte e colocação na biblioteca municipal de moinho de cilindros da antiga Fábrica de Briquetes.
À tipografia Riográfica pela impressão do material gráfico de divulgação do evento.
À comunidade riomaiorense e visitantes, pela presença e participação na I Jornada do Património Mineiro do Concelho de Rio Maior.
domingo, agosto 10, 2008
I Jornada do Património Mineiro. Comunicações. (parte 13)
No caso das minas que têm vindo a ser encerradas, para além de provocarem uma situação de depressão económica e social nas respectivas regiões, assim como graves problemas ambientais, o seu património encontra-se a atravessar um processo de degradação muito rápido, correndo o risco de vir a desaparecer por completo. Há já alguns anos foi anunciado que as minas abandonadas seriam alvo de regulamentação por parte do Ministério do Ambiente que, em articulação com o Instituto Geológico e Mineiro, actual LNEG, elaboraria um plano para requalificar as mais de cinquenta minas abandonadas que já se encontravam identificadas. Em causa está o problema do encerramento das minas sem responsáveis assumidos, provocando assim um vazio de responsabilização que impede a subsequente tomada de iniciativas tanto no domínio ecológico, tendo em vista a poluição por elas causada, como no patrimonial.
Reutilização do património industrial
Uma das soluções que têm sido postas em prática para salvaguardar o património industrial – quando este apresenta qualidade arquitectónica, assim como valor histórico e patrimonial que justifique essas medidas, como é o caso da Fábrica de Briquetes da Mina do Espadanal – consiste na sua reutilização. De facto, a conjugação da engenharia, da arquitectura – tendo em consideração os seus desenvolvimentos registados nas últimas décadas –, com as características particulares do património industrial – solidez de construção, amplos espaços interiores, etc – oferece um enorme leque de possibilidades para a preservação deste tipo de património. Apesar se constituir uma prática ainda pouco desenvolvida em Portugal, a reutilização tem vindo a constituir a opção preferencialmente adoptada para a salvaguarda do património industrial, uma vez que são inúmeras as soluções e possibilidades que encerra. Importa, salientar que algumas entidades nacionais comungam também desta mesma interpretação, tendo já sido realizado, um Encontro Internacional subordinado ao tema "Em defesa do património cultural e natural: reabilitar em vez de construir", organizado pelo Grémio das Empresas de Conservação e Restauro do Património Arquitectónico (Gecorpa) e o Grupo de Estudos de Ordenamento do Território (Geota).
Adaptar e continuar a utilizar edifícios industriais preserva a fisionomia e as características urbanísticas de uma determinada zona citadina, ao mesmo tempo que evita gastos desnecessários com processos de demolição e posterior construção, contribuindo também para o desenvolvimento económico sustentado.
Contudo, como salientou a “Carta para o Património Industrial” elaborada pelo TICCIH – The International Committe for the Conservation of the Industrial Heritage, o organismo consultor da UNESCO para o património industrial –, “a adaptação de um sítio industrial a uma nova utilização, como forma de se assegurar a sua conservação é em geral aceitável, excepto no caso de sítios com uma particular importância histórica. As novas utilizações deverão respeitar os materiais específicos, assim como os esquemas originais de circulação e de produção, e deverão ser compatíveis, tanto quanto possível, com a sua utilização original. É recomendável uma adaptação que evoque a sua actividade original”.
Como foi referido, em Portugal a opção pela reutilização de antigos edifícios industriais é ainda pouco seguida. Prefere-se destruir e voltar a construir de novo, em vez de reabilitar, quando a opção correcta em muitas situações seria a de reabilitar em vez de construir de novo. No entanto, apesar de ainda ser pouco seguida, há entre nós bons exemplos de reutilização de antigos edifícios industriais. A Covilhã, graças à iniciativa da Universidade da Beira Interior, é a cidade portuguesa que mais tem investido na reutilização do património industrial, com magníficos resultados. A Universidade da Beira Interior dispõe de cerca de 180.000 metros quadrados de área construída, e 80% dessa área é área recuperada, ou seja, são as antigas fábricas de lanifícios recuperadas e reutilizadas pelos diferentes serviços daquela Universidade. Mas, na maior parte dos casos, e em grande medida devido à voragem da especulação imobiliária, prefere-se destruir os edifícios sem sequer se equacionar essa possibilidade. Por vezes opta-se por soluções que nada têm a ver com a salvaguarda do património industrial, como, por exemplo, deixar ficar apenas a chaminé embora se tenha arrasado completamente as instalações fabris. Nestes casos, a chaminé – isolada e completamente descontextualizada –, constitui apenas a tradução de um sentimento de má consciência, que procura compensar o acto de destruição do património. Noutros casos opta-se por uma solução igualmente perversa, o “fachadismo”, ou seja, aparentemente conserva-se o edifício industrial mas, na realidade, este encontra-se totalmente alterado e descaracterizado no seu interior, o que significa transformar o património numa espécie de cenário cinematográfico.
Para além do interesse em conservar o património industrial como testemunho de um dos processos mais importantes na história da humanidade, de modo a que os vindouros possam vir a aperceber de como se realizou essa prodigiosa transformação, a sua preservação pode também desempenhar um papel importante na regeneração económica de regiões deprimidas ou em declínio. Como é apontado na “Carta para o Património Industrial”, já referida, “a continuidade que esta reutilização implica pode proporcionar um equilíbrio psicológico às comunidades que se viram confrontadas com a perda súbita de uma fonte de trabalho de muitos anos”.
sexta-feira, agosto 01, 2008
I Jornada do Património Mineiro. Comunicações. (parte 12)

PONTO Nº3 DA ORDEM DE TRABALHOS.
A terceira e última comunicação da sessão pública da I Jornada do Património Mineiro abordou, enquanto tema central, a recuperação de espaços industriais representativos de valor histórico e arquitectónico como oportunidade de qualificação do espaço e da vivência urbana contemporânea.
O tema teve apresentação por um dos mais credenciados autores nacionais na área dos estudos do património industrial – Dr. José Manuel Lopes Cordeiro.
Historiador doutorado pela Universidade do Minho com tese sobre “A Indústria Portuense no séc. XIX”, exerce as funções de Presidente da Associação Portuguesa do Património Industrial (APPI), representante em Portugal do Comité Internacional para a Conservação do Património Industrial (TICCIH) e Professor Auxiliar do Departamento de História da Universidade do Minho. É director da revista “Arqueologia Industrial” e autor de extensa e relevante bibliografia, com particular atenção ao património industrial portuense e do Vale do Ave.
Os conceitos apresentados abrem perspectivas sobre as potencialidades do património mineiro riomaiorense enquanto factor de desenvolvimento cultural e económico da comunidade local, estabelecendo em simultâneo um rigoroso enquadramento metodológico da intervenção a realizar na Fábrica de Briquetes da Mina do Espadanal, assente num corpo de conhecimento internacionalmente consolidado.
DR. JOSÉ MANUEL CORDEIRO
O futuro da Fábrica de Briquetes da Mina do Espadanal, um dos mais notáveis exemplares do património cultural riomaiorense, tem vindo a ser ultimamente bastante debatido, uma vez que existem projectos imobiliários para o local, os quais, a concretizarem-se, implicariam a demolição de todo aquele complexo industrial.
Perante a possibilidade de destruição daquela que foi em tempos não muito remotos uma das principais fontes de riqueza do concelho e que, também por esse motivo, se encontra profundamente enraizada na memória colectiva riomaiorense, tem-se destacado a Comissão para a Defesa do Património Cultural de Rio Maior, que através de múltiplas iniciativas tem procurado alertar a opinião pública e as autoridades locais para a importância daquele conjunto patrimonial e, consequentemente, a necessidade da sua preservação.
Poderá para alguns parecer estranho que se procure preservar um antigo edifício industrial e, ainda para mais, considerá-lo património cultural. No entanto, esta é uma realidade que tem vindo a afirmar-se de uma forma generalizada e que em Portugal encontra também vários exemplos. De facto, as profundas transformações que, um pouco por toda a parte, se têm vindo a registar nas últimas décadas, provocaram um progressivo alargamento do conceito de património cultural, englobando os aspectos materiais da sociedade, os quais até então não eram tidos em consideração. Assim, os vestígios materiais da industrialização que marcou os dois últimos séculos, cada vez mais ameaçados de desaparecimento pelas profundas transformações que a sociedade registou nos últimos decénios, passaram a ser encarados também numa perspectiva patrimonial, como testemunhos de um decisivo período histórico na evolução da Humanidade.
Pelo facto de se tratar de um património recente, associado a um sector que tradicionalmente não era considerado com a dignidade e a importância que justificassem a sua conservação, e também de muitas vezes se encontrar em zonas urbanas que irão ser alvo de processos de reconversão, o património industrial é actualmente, no nosso país, um dos sectores patrimoniais mais ameaçados de destruição. Essa situação decorre não apenas de projectos imobiliários que colocam em risco de destruição o património industrial que se localiza nas zonas urbanas, mas também de situações de puro abandono do que se situa em zonas rurais.
sexta-feira, julho 25, 2008
I Jornada do Património Mineiro. Comunicações (parte 11)
O investimento em património, se bem que bastante exigente na medida em que se trata de uma tarefa nunca acabada, tem um efeito extraordinariamente multiplicador e uma compensação infinita no campo dos sentimentos. Ninguém ama a sua Terra pela sua economia, mas sim pela sua cultura! E esta não é de esquerda nem de direita, mas sim do foro da inteligência.
O dinheiro que pode ser aplicado no sector da cultura, e no património em particular, constitui um investimento, não um gasto ou uma despesa sem retorno. A cultura é uma alavanca de progresso e desenvolvimento nas sociedades. É elemento gerador de conhecimento, de qualificação, de emprego e de vitalidade económica.
Falar de património não é só falar de pedras e de máquinas. Quando dele falamos, falamos, sobretudo e em primeiro lugar, de pessoas. Pessoas que têm o direito à sua fruição. E que nele se revêem e identificam em torno de uma história comum, de uma cultura partilhada, da memória do esforço e da inteligência dos seus antepassados, ou seja, das suas e nossas raízes. E são estas raízes que nos tornam, hoje, mais coesos e mais solidários.
*
Por fim, e uma vez mais, quero saudar a iniciativa do Centro de Estudos Riomaiorenses e da Secção de Minas da Associação Portuguesa para o Património Industrial, por eu considerar que esta realização se trata de uma fórmula construtiva de chamar a atenção para o património, promovendo o debate em seu torno e fomentando, mais do que a sua salvaguarda, a sua salvação pelo perigo do seu desaparecimento.
O nosso pequeno país, mas grande em património, precisa de mais cidadãos sensíveis, inteligentes e perseverantes, no que respeita às questões da memória colectiva de cada concelho. Rio Maior deve-se orgulhar do Nuno Alexandre. Pelo que sei, o dia de hoje deve-se em muito à sua sensibilidade e perseverança. Estou certo que, pela sua generosidade, ele partilhará esta sua primeira conquista mesmo com aqueles que não valorizaram inicialmente o seu empenho e o valor do património em causa.
Devo lembrar que, poucos meses depois do 25 de Abril de 1974, o professor Vitorino Magalhães Godinho referia ao Diário de Notícias de 19 de Outubro que: «o Português gosta de história como forma de discurso, mas, no fundo, não é sensível aos testemunhos do passado. É dos povos que menos apreço revelam pelo espólio cultural da sua terra». Isto em 1974.
Digo eu que, em três décadas de Democracia e de abertura do país e dos espíritos dos Portugueses, muito se avançou, mas ainda sopram ventos que nos trazem notícias que parecem muito mais antigas.
Precisamente no mesmo Diário de Notícias, mas há muito mais tempo, na edição de 21 de Outubro de 1958, portanto há precisamente 50 anos, Leitão de Barros deixou esta frase lapidar e ainda muito actual: «E como este país é aos quadradinhos como o tabuleiro de xadrez, é preciso ir ganhando as partidas [mas] sem cheque-mate...». Por isso é que eu sublinho – hoje aqui em Rio Maior – que a história do património não é só o discurso do belo, do grandioso, mas também o discurso da inquietação, da dúvida, da perturbação (quando não da agitação e da revolta).
Nem que seja de forma decidida de ora em diante, estou certo que os riomaiorenses darão um exemplo digno ao país na defesa deste seu, e nosso, património.
Bem Hajam.
Rio Maior, 12 de Abril de 2008