sexta-feira, outubro 17, 2008

Petição pela Classificação do Património Mineiro Riomaiorense apresentada à Câmara Municipal

A Comissão para a Defesa do Património Cultural do Concelho de Rio Maior estabeleceu como objectivo prioritário, em Janeiro de 2007, a colaboração com a Câmara Municipal de Rio Maior na definição de uma metodologia de salvaguarda do património mineiro riomaiorense.

Encontrando no executivo presidido pelo Dr. Silvino Sequeira uma forte determinação na venda de terrenos e demolição da Fábrica de Briquetes da Mina do Espadanal, esta associação cívica, entre diversas iniciativas de sensibilização da comunidade, lançou publicamente uma petição pela classificação do património mineiro de acordo com os pareceres emitidos pelas entidades competentes no âmbito de processo de estudo em curso. Obtidas cerca de um milhar de assinaturas, e verificado o cancelamento de negócio de venda e demolição, entendeu a Comissão aguardar uma reapreciação do valor do Património Mineiro pela autarquia, facto que veio a verificar-se em Abril de 2008, mediante reconhecimento público pelo Dr. Carlos Nazaré Almeida, no âmbito da I Jornada do Património Mineiro, da necessidade de promoção de medidas tendentes à recuperação da Fábrica de Briquetes, assumindo um compromisso de candidatura daquele antigo complexo industrial para a instalação do futuro Arquivo Municipal.

No entanto, após regresso do exercício de cargo de gestor do Programa Operacional Regional do Alentejo, o Presidente Dr. Silvino Sequeira reafirma, na reunião ordinária da Câmara Municipal de 9 de Julho, a indisponibilidade para a recuperação e manutenção da integridade arquitectónica da Fábrica de Briquetes, entendendo que o custo da intervenção não é justificado pelo valor do património existente e, ignorando os compromissos assumidos pelo seu vice-presidente, candidata os terrenos da Mina do Espadanal para a edificação de Centro Escolar.

Interrogado em ofício datado de 20 de Agosto, sobre os termos de referência para uma desejável e potencialmente interessante articulação a desenvolver entre o novo equipamento e a preservação e valorização do complexo mineiro, refugiou-se o Sr. Presidente num reiterado silêncio e na declaração pública de uma política de facto consumado, avisando os munícipes através da imprensa local e regional da intenção de lançamento de concurso para execução da obra até ao final do mês de Outubro.

Neste contexto de insistente ausência de clarificação das intenções da autarquia, a Comissão para a Defesa do Património Cultural do Concelho de Rio Maior, no seio de inédito consenso na vida democrática concelhia, apresentou à Câmara Municipal na passada sexta-feira, dia 10 de Outubro, a Petição pela Classificação da Fábrica de Briquetes, Plano Inclinado de Acesso às Galerias e Receita Exterior da Mina do Espadanal enquanto Património de Interesse Municipal com o objectivo de salvaguardar em definitivo, pela via da criação de instrumentos legais, o mais significativo testemunho arquitectónico da história contemporânea regional.

in Região de Rio Maior nº 1045, de sexta-feira 17 de Outubro de 2008.