sexta-feira, maio 06, 2011

EICEL. Programa de Acção 2011-2014 (Parte 4)

(continuação do n.º1176, de 22 de Abril de 2011, pág 7)

Importa para tal produzir uma oferta diversificada de conteúdos e meios qualificados pelo rigor histórico e científico, atendendo a, pelo menos, quatro públicos distintos:

1. O público em geral, interessado na aquisição de conhecimentos generalistas sobre a cultura técnica e científica e sobre a história e arquitectura do sítio. A este núcleo de visitantes importará a disponibilização de estruturas e eventos que convidem à permanência e fruição do Parque Geomineiro (cafetaria e restaurante, pequeno espaço comercial), bem como de uma diversificada oferta cultural nos espaços do Parque, nomeadamente no Auditório e Sala de Exposições Temporárias (artes performativas, eventos musicais, workshops), apoiada ainda na disponibilização de instalações para turismo de habitação, recuperando antigas residências mineiras.
A estes meios deve acrescentar-se uma adequada estratégia comercial assente na divulgação da história e da iconografia da antiga exploração mineira bem como de um programa regular de actividades culturais e de descoberta patrimonial e paisagística, enquadrado nos roteiros turísticos regionais, nacionais e internacionais.

2. A comunidade riomaiorense e a antiga comunidade mineira, a quem interessa sobretudo a Memória do seu passado histórico. A este grupo de visitantes será necessário fornecer um conteúdo aprofundado das circunstâncias particulares do desenvolvimento da indústria mineira local, fundado em intensa iconografia e exposição em contexto do património móvel que compunha o quadro funcional do trabalho na mina, evocando a experiência pessoal, de antepassados e conterrâneos, num quadro de divulgação de uma Identidade Comum, recuperada pela nova actividade cultural e científica enquanto projecto de futuro.



























Interacção com a Comunidade Escolar. Trabalho em curso: maqueta da antiga fábrica de briquetes, em execução por grupo de alunas da Escola Secundária de Rio Maior.


3. O público escolar, dos ensinos básico e secundário, a quem importa fornecer uma perspectiva pedagógica da história da técnica, do trabalho e das comunidades associadas à actividade mineira. A este grupo específico será necessário disponibilizar um serviço educativo e de animação dotado de capacidade de resposta científica e didáctica. O Centro de Ciência Viva encontra sobretudo neste público-alvo a sua justificação, e deverá ter na localização, a uma distância inferior a 500 metros, de cinco estabelecimentos de ensino básico e secundário, uma importante mais valia.


4. O público académico, constituído por estudantes do ensino superior e investigadores, a quem importa disponibilizar os meios para o estudo aprofundado das evidências materiais e imateriais da actividade mineira e industrial dos carvões e da história e património local. A criação de um Núcleo de Investigação reunindo um arquivo histórico (composto pelo arquivo EICEL, arquivo fotográfico e cartográfico da actividade mineira e pelo arquivo histórico municipal) e uma biblioteca especializada na temática do património industrial e mineiro, permitirá a resposta a este público específico.


As probabilidades de sucesso do Parque Geomineiro dependerão em grande medida da sua integração em estratégias de promoção mais vastas, explorando em primeiro lugar a privilegiada localização geográfica e acessibilidade por meio de curta viagem em auto-estrada, no contexto de uma das áreas de maior densidade populacional do país, devendo assim potenciar-se um capital de atractividade de públicos das regiões de Lisboa, Vale do Tejo e Oeste e, em simultâneo, impulsionando a sua presença em redes nacionais e internacionais dedicadas ao património industrial e geomineiro.


Importa ainda não negligenciar a oportunidade de afirmação deste património enquanto oferta singular numa região marcada por significativos fluxos turísticos, qualificada por dois monumentos reconhecidos enquanto Património Mundial pela UNESCO (Mosteiro de Alcobaça, a 28 km, e Mosteiro da Batalha, a 41 km), a uma proximidade entre 30 e 40 km de uma extensão importante da Costa Atlântica entre Peniche e Nazaré, a 30 km da cidade histórica de Santarém e a 22 km da estância termal de Caldas da Rainha, estabelecendo uma relação privilegiada com o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros.


Continua no próximo número do Região de Rio Maior


In Região de Rio Maior nº1177, de 29 de Abril de 2011

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