Rio Maior - villa, Extremadura, cabeça de concelho, na comarca e distrito administrativo de Santarém, 85 km ao NE de Lisboa, 850 fogos. Em 1757 tinha 632 fogos.
Orago Nossa Senhora da Conceição.
Patriarchado de Lisboa.
O rei, pelo tribunal da mesa de consciência, apresentava o prior, que tinha 180 alqueires de trigo, 120 de cevada e 20$000 réis em dinheiro, tudo pago pela commenda.
Está situada junto do rio do mesmo nome, que, com 54 km de curso, desagua na margem direita do Tejo, quasi em frente de Salvaterra de Magos.
O concelho de Rio Maior, é composto de sete freguezias, todas no patriarchado, e com uma população de 2900 fogos. São - Alcobertas, Arruda dos Pisões, Azambujeira, Fráguas, Outeiro da Cortiçada, Ribeira, e Rio Maior.
É povoação muito antiga: mas não tem foral, novo ou velho; pelo menos, Franklim não o traz.
A notícia mais antiga que encontro d'esta povoação, é uma venda feita por Pero Baragão e sua mulher, Sancha Soares, em 1177, aos Templários, da quinta parte que tinham no poço e salinas de Rio Maior, cujo poço partia pelo E. com a Albergaria do Rei, pelo O. com D. Pardo e com a Ordem do Hospital, pelo N. com marinhas da mesma ordem (Espitalle se escrevia então), e pelo S. com marinhas do dito D. Pardo.
Já então as salinas de Rio Maior eram exploradas, mas consta de memórias escriptas, que antes do século XII o tinham sido em muito maior escala.
Adiante fallarei do estado actual d'estas marinhas.
Na aldeia da Azinheira, próxima à villa, e da sua freguezia, há uma bonita capella, dedicada a Santo António, e, perto d'ella, grandes pedreiras de silex (pedreneira) que se extrahe em grande quantidade; e ainda em muito maior se tirava antes de haver armas de fulminantes.
Os povos da Azinheira, empregados na factura de pedreneiras, foram até 1834 isentos de recrutamento. Hoje, a maior extracção deste producto, é para Hespanha e Ultramar.
Rio Maior nunca teve foro de villa, mas, sendo elevada a sede de concelho, por decreto de 6 de Novembro de 1836, foi desde então considerada como tal.
A primitiva egreja matriz estava a uns 4 metros do antigo leito do rio, e a uns 50 da povoação.
Consta que havia sido feita pelos ascendentes do sr. Marquez de Penalva, que eram commendadores da commenda de Nossa Senhora da Conceição, d'esta freguesia, com a obrigação dos reparos da mesma egreja; mas esta nunca se chegou a concluir.
Em 1810 principiou a arruinar-se, e d'ela apenas hoje restam as paredes e a torre, na qual ainda estão os sinos parochiaes.
Mudou-se a matriz para a pequena egreja do Espírito Santo, que pertence à irmandade da Misericórdia, e é insufficiente para conter o povo d'esta grande povoação. É de simples architectura e tem altar-mor e quatro lateraes.
A requerimento do povo, foi, em 1875, ordenado, pelo ministério das obras públicas, que se levantasse a planta para a nova egreja matriz.
Foi orçada a obra em 5 contos de réis, e os parochianos offereceram um conto.
Está marcado para local da nova egreja, o sítio onde existiu o castello mourisco de que ja fallei (?); mas sabe Deus quando ella se fará.
(Por princípio mantém-se a ortografia original dos documentos transcritos)
LEAL, Pinho, Portugal Antigo e Moderno, 1878
LEAL, Pinho, Portugal Antigo e Moderno, 1878
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