Em reunião ordinária de 9 de Abril de 2010, a
Câmara Municipal de Rio Maior deliberou por unanimidade aprovar proposta de
relocalização da futura Loja do Cidadão em edifícios seculares situados na
Praça do Comércio, nesta cidade.
Na citada reunião, o Sr. Vice-presidente da
Câmara Municipal interveio, expondo o processo pelo qual se executaria a “reabilitação dos prédios envolvidos e de
como os mesmos irão ser entregues à Estrutura de Missão Lojas do Cidadão de Segunda
Geração”. Apresentou os custos da obra, orçada em setecentos mil euros e
salientou “a intenção de manter a fachada
existente dos prédios referidos”.
As obras tendentes à instalação da futura
Loja do Cidadão foram iniciadas a 6 de Junho de 2011. Os riomaiorenses tiveram
a oportunidade de constatar, nos dias seguintes, a demolição integral dos
edifícios intervencionados.
Lamentando a perda irrecuperável do valor
patrimonial do quarteirão intervencionado, a Direcção da EICEL1920 solicitou à
Câmara Municipal de Rio Maior esclarecimentos sobre as razões que justificaram
a opção pela demolição integral dos edifícios e sobre o projecto do novo
edifício a construir, em carta datada de 15 de Junho de 2011.
No dia 1 de Julho de 2011 teve lugar reunião,
entre o Sr. Vice-presidente da Câmara Municipal de Rio Maior e delegação da
EICEL1920, na qual o executivo prestou os esclarecimentos solicitados,
afirmando a existência de pareceres técnicos que defenderiam a
insustentabilidade do restauro dos edifícios intervencionados e confirmando a
opção pela construção de edifício com volumetria diferente das pré-existências.
As conclusões da referida reunião e consequente tomada de posição da Direcção
da EICEL1920, foram remetidas à Câmara Municipal a 4 de Julho de 2011 e
apresentadas à comunidade.
Perante solicitação, pela delegação da
EICEL1920, de apresentação dos pareceres técnicos mencionados bem como do
projecto de arquitectura do novo edifício a construir, foi declarada pelo Sr.
Vice-presidente a indisponibilidade momentânea de cópias dos mesmos,
comprometendo-se com o agendamento de nova reunião para sua apreciação.
A 2 de Setembro de 2011, dois meses passados
sem o agendamento de reunião, foi novamente solicitada pela Direcção da
EICEL1920, a disponibilização da documentação referida.
A Câmara Municipal de Rio Maior respondeu,
quando a obra prosseguia já em plena execução, através de ofício datado de 14
de Outubro de 2011, declarando que aguardava “a conclusão do projecto pela AMA – Agência para a Modernização
Administrativa, I.P., relativo à instalação da Loja do Cidadão”,
comprometendo-se a proceder ao agendamento de reunião com a EICEL1920, logo que
estivesse na posse do referido projecto.
Cinco meses após a recepção do ofício
supra-mencionado, prosseguiam em fase adiantada as obras de edificação do
espaço polivalente com funções cívicas, lúdicas e sociais, no qual será
instalada a futura Loja do Cidadão, sem que se verificasse o previsto
agendamento de reunião. Perante a impossibilidade de apreciação do projecto em
data anterior à execução dos trabalhos de edificação, a Direcção da EICEL1920 solicitou
à Câmara Municipal de Rio Maior o esclarecimento de dúvidas suscitadas pela
observação da volumetria já construída na Praça do Comércio, em carta datada de
20 de Março de 2012.
Estas dúvidas referem-se especificamente a um
aparente incumprimento do índice de construção previsto pelo ponto n.º 1 do
artigo 27º do Plano Director Municipal de Rio Maior (Resolução do Conselho de
Ministros n.º 47/95, de 17 de Maio, alterada pela Resolução do Conselho de
Ministros n.º 84/2002, de 19 de Abril e pela Resolução do Conselho de Ministros
n.º 40/2003, de 24 de Março), e das cérceas definidas segundo o artigo 59º do
Regulamento Geral das Edificações Urbanas (RGEU), com resultado numa volumetria
desenquadrada da estrutura urbana na qual se insere (ver fotografias em anexo).
Perspectiva da área de intervenção desde a Rua João de Deus. Preexistências e situação actual. Junho de 2008/ Junho de 2012. |
Passados dois meses sem resposta da Câmara
Municipal de Rio Maior (onze meses passados desde o pedido inicial de
apresentação de projecto de arquitectura e pareceres técnicos), a Direcção da
EICEL1920 deliberou, em reunião ordinária realizada no passado dia 31 de Maio
de 2012, remeter este processo à Assembleia Municipal de Rio Maior para que o
mesmo possa ser devidamente esclarecido.
Rio
Maior, 8 de Junho de 2012.
A
Direcção da EICEL1920
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