Carlos Carujo |
Quem não cuida do passado acaba descurando o
presente e comprometendo o futuro. Este lugar-comum poderia sintetizar parte da
história recente de Rio Maior. A paisagem da cidade é marcada pela Mina do
Espadanal. Votada ao abandono e a deteriorar-se a cada dia, ela é hoje o
símbolo desse passado desprezado e desse presente negligenciado. Mas a mina do
Espadanal é mais do que paisagem. É uma peça fundamental da identidade
histórica da cidade que é urgente preservar e valorizar.
Dadas as condições em que se encontra, provavelmente já não haverá nem muito tempo nem muitas oportunidades para Rio Maior cuidar devidamente dela. Daí que a proposta de reabilitar o espaço e de aí instalar um Centro de Interpretação do Património Geológico e Mineiro, feita pela Associação EICEL1920, pareça uma oportunidade a não perder. Uma oportunidade vinda da sociedade civil, preocupada com o bem comum e não apenas com o lucro particular, que não implica custos para os munícipes e que será monitorizada por instituições nacionais e internacionais credíveis.
Trata-se de comparar esta com as outras alternativas e propostas que existam e pesar todos prós e os contras. Seja como for, é necessário que a solução se encontre antes que seja tarde demais. Seja como for, é necessário que esta solução passe por manter o património construído e não ceda a qualquer operação de especulação imobiliária sendo também preferível um projeto que ligue a dimensão geológica à memória mineira e que tenha potencial pedagógico, cultural e turístico.
Seja como for, é necessário que, para além das preocupações com o edificado, a solução a adotar tome em conta que é igualmente urgente proteger e valorizar o património imaterial. A mina e a fábrica de briquetes são também as vidas sofridas que aí se fabricaram. E as memórias destas vidas e de que como se envolveram na reinvenção de Rio Maior também se vão erodindo com o tempo. Daí que o registo para memória futura de toda esta riqueza se deva constituir como uma fatia importante de um projeto destes.
Há uma mina em Rio Maior. A cidade dela não se pode esquecer. A mina não tem de ser uma mancha esquecida na paisagem ou um projeto do tipo “elefante branco”. Não sendo de ouro, a mina é uma riqueza. Porque o património é sempre uma mina se for potenciado e várias dimensões da economia local ficariam a ganhar com a sua requalificação. Porque a riqueza é também imaterial. Portanto, para além dessa riqueza material que possa trazer à cidade se for explorada inteligentemente, a mina esconde essa riqueza imaterial que não tem preço. A riqueza da memória das gerações passadas que devemos conseguir oferecer às gerações futuras. A riqueza da compreensão e do respeito pelo que fomos que é impagável na equação do que somos e do que queremos ser.
Dadas as condições em que se encontra, provavelmente já não haverá nem muito tempo nem muitas oportunidades para Rio Maior cuidar devidamente dela. Daí que a proposta de reabilitar o espaço e de aí instalar um Centro de Interpretação do Património Geológico e Mineiro, feita pela Associação EICEL1920, pareça uma oportunidade a não perder. Uma oportunidade vinda da sociedade civil, preocupada com o bem comum e não apenas com o lucro particular, que não implica custos para os munícipes e que será monitorizada por instituições nacionais e internacionais credíveis.
Trata-se de comparar esta com as outras alternativas e propostas que existam e pesar todos prós e os contras. Seja como for, é necessário que a solução se encontre antes que seja tarde demais. Seja como for, é necessário que esta solução passe por manter o património construído e não ceda a qualquer operação de especulação imobiliária sendo também preferível um projeto que ligue a dimensão geológica à memória mineira e que tenha potencial pedagógico, cultural e turístico.
Seja como for, é necessário que, para além das preocupações com o edificado, a solução a adotar tome em conta que é igualmente urgente proteger e valorizar o património imaterial. A mina e a fábrica de briquetes são também as vidas sofridas que aí se fabricaram. E as memórias destas vidas e de que como se envolveram na reinvenção de Rio Maior também se vão erodindo com o tempo. Daí que o registo para memória futura de toda esta riqueza se deva constituir como uma fatia importante de um projeto destes.
Há uma mina em Rio Maior. A cidade dela não se pode esquecer. A mina não tem de ser uma mancha esquecida na paisagem ou um projeto do tipo “elefante branco”. Não sendo de ouro, a mina é uma riqueza. Porque o património é sempre uma mina se for potenciado e várias dimensões da economia local ficariam a ganhar com a sua requalificação. Porque a riqueza é também imaterial. Portanto, para além dessa riqueza material que possa trazer à cidade se for explorada inteligentemente, a mina esconde essa riqueza imaterial que não tem preço. A riqueza da memória das gerações passadas que devemos conseguir oferecer às gerações futuras. A riqueza da compreensão e do respeito pelo que fomos que é impagável na equação do que somos e do que queremos ser.
Carlos Carujo in Região de Rio Maior nº1319, de Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2014.
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