PCP. Deputado Miguel Tiago vai questionar Governo sobre o futuro do abandonado complexo mineiro.
O complexo mineiro do Espadanal, em Rio Maior, foi em tempos uma fonte de riqueza do concelho, chegando a empregar mais de 1500 pessoas (1). A extracção de carvão acabou e hoje o edifício industrial está ao abandono, servindo de local de armazenamento de velharias da autarquia riomaiorense, que adquiriu o espaço há cerca de seis anos e até hoje não lhe deu outro destino.
O deputado Miguel Tiago, do PCP, visitou o complexo na passada semana e, no fim da visita, disse que pretende questionar o Ministério da Cultura sobre o futuro deste espaço. Refira-se que o imóvel está inventariado pela Ordem dos Arquitectos, no Inquérito à Arquitectura em Portugal no Século XX, e foi reconhecido pelo IPPAR como tendo interesse municipal.
Segundo o deputado, este espaço poderia ser aproveitado para a construção de um museu do mineiro ou funcionar como espaço museológico municipal. O deputado propõe ainda a utilização como centro tecnológico ou centro de ciência viva dedicado ao sector da extracção de minérios. "Este espaço é a matriz de uma época de desenvolvimento de Rio Maior e não pode ser destruído", afirmou, frisando que "só o interesse da especulação imobiliária justifica o abandono". O deputado diz ainda que a recuperação patrimonial do espaço "não invalida que o espaço envolvente seja aproveitado para área habitacional ou comercial". Refira-se que toda a área tem um total de 11 hectares (2).
Durante a tarde, Miguel Tiago reuniu com alguns membros da Comissão para o Estudo, Defesa e Valorização do Património Cultural e Natural do Concelho de Rio Maior, um grupo de cidadãos que defendem a reconversão do espaço em museu ou centro tecnológico.
"Preservar só a chaminé não ensina nada às novas gerações porque assim o complexo deixa de funcionar como um todo", frisou o deputado Miguel Tiago, crticando a "atitude de desprezo da autarquia" e afirmando que "a Câmara só quer ter um encaixe rápido de capital e não promover o desenvolvimento sustentável deste espaço".
Câmara está a estudar recuperação em conjunto com o IPPAR
Silvino Sequeira, presidente da Câmara de Rio Maior, diz que para o complexo mineiro está prevista uma intervenção "em colaboração com o IPPAR". O autarca disse à Lusa que esta recuperação prevê um gasto de "cerca de dois milhões de euros" e que não poderá ser custeada apenas pelo município.
Notícia completa in O Ribatejo nº1128, de 15 de Junho de 2007
Notas: (CPDP)
(1) O valor apresentado de 1500 pessoas é referente ao afluxo de mineiros e famílias registado na década de 40, tal como descrito na imprensa da época, e correspondendo de facto ao aumento populacional registado na vila de Rio Maior no decénio de 1940 a 1950.
(2) A soma da área das parcelas do antigo couto mineiro do Espadanal, adquiridas pela Câmara Municipal de Rio Maior em 1999, perfaz um total de 110.380m2. O prédio urbano no qual se implanta a Fábrica de Briquetes compreende uma área de 26.000m2.
Sem comentários:
Enviar um comentário