I Jornada do Património Mineiro do Concelho de Rio Maior apresentou história e riqueza do seu subsolo e defendeu a sua preservação e recuperação.
Promovida pela Comissão para a Defesa do Património Cultural do Concelho de Rio Maior (CDPCCRM) realizou-se no passado sábado, dia 12 de Abril, a I Jornada do Património Mineiro do Concelho de Rio Maior.
Esta acção efectuou-se no âmbito do Processo de Estudo e Salvaguarda do Património Mineiro Riomaiorense como resultado da colaboração estabelecida com a Secção de Minas (GEOMIN) da Associação Portuguesa de Património Industrial (APPI) e principiou pelas 10 horas com a recepção aos membros da APPI-GEOMIN e convidados, na Biblioteca Municipal Laureano Santos.
Após uma curta reunião entre elementos das duas instituições, todos os presentes se deslocaram para o Espadanal a fim de visitarem a antiga Fábrica de Briquetes, palavra de origem francesa formada a partir de "brique" - tijolo. Os briquetes eram aglomerados de carvão reduzidos a pó, parecidos com pequenos tijolos, e utilizados como combustível. Tiveram uma grande procura após a Segunda Guerra Mundial devido à crise energética que se seguiu ao conflito. Com o correr dos anos as fontes de energia voltaram a ter o petróleo como principal elemento e os briquetes acabaram por desaparecer do mercado, dando origem ao termo da exploração mineira, ao encerramento da fábrica e ao desaparecimento dos mineiros, que passaram a empregar-se noutras actividades. Alguns abandonaram mesmo Rio Maior.
À tarde, de novo na Biblioteca Municipal e no seu Átrio foi inaugurada uma exposição fotográfica alusiva ao Período Mineiro, na qual se ilustrava o trabalho árduo das pessoas que trabalhavam na mina de carvão (lenhite), aspectos da Fábrica de Briquetes e um filme no qual se registou os passos de uma procissão em honra de Santa Bárbara, a Padroeira dos Mineiros, efectuada em redor da mina.
No Auditório da Biblioteca, teve seguidamente lugar uma Conferência cujo tema aglutinador tinha por título "Património e Desenvolvimento Regional" e na qual participaram vários oradores: Nuno Alexandre Rocha, membro da Comissão para a Defesa do Património Cultural do Concelho de Rio Maior, discursou sobre as "Minas do Espadanal, História e Património; Jorge Manuel Mangorrinha, membro do Conselho Nacional de Delegados da Ordem ds Arquitectos, abordou "Os papéis da Política e da Cidadania no Património local"; José Manuel Cordeiro, presidente da APPI e representante em Portugal do Comité Internacional para a Conservação do Património Industrial, da UNESCO, falou sobre a "Recuperação de Espaços Industriais".
Moderou esta Conferência José Manuel Brandão, sócio fundador da GEOMIN e membro da Junta Directiva da Sociedade Espanhola para a Defesa do Património Geológico e Mineiro.
Fizeram também parte da Mesa, Calado da Maia, membro da Comissão para a Defesa do Património Cultural do Concelho de Rio Maior, e Mário Barroqueiro. Seguiu-se um curto período de debate. Entretanto chegou à sala o Presidente da Câmara Municipal de Rio Maior, Carlos Nazaré, que num breve improviso saudou todos os presentes e agradeceu o interesse manifestado pelo Património Riomaiorense.
De salientar a presença de alguns antigos mineiros, nesta Conferência.
Para finalizar a sessão procedeu-se ao lançamento do voume 3 (2007) da Revista "Arqueologia Industrial" dedicado ao Património Mineiro Riomaiorense.
Henrique de Oliveira in Rio Maior Notícias nº61, de 17 a 23 de Abril de 2008.
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